Hoje acordei no pulo. No protesto. Já sei, já sei, isso não vai me levar a lugar algum. Mas vale o desabafo. (Sempre vale.)
Contra a maré, no sentido contrário a um país inteiro, me recusei a acertar o relógio. O digital, pelo menos. Esse aí foi pra caixa, descansar por quatro meses, férias-prêmio, em fevereiro ele volta a trabalhar. (Imagina, ia me tomar um bocado de tempo ficar ajustando os pinos, já basta o que o horário de verão me tomou.)
Os amantes do amanhecer escuro e do anoitecer ensolarado (essa parte até que não é tão mal assim) que me perdoem, mas sou mais o horário de gente. Normal. Natural, certinho, cada ponteiro acompanhando o ritmo do meu relógio biológico. Sono, fome, vigília, tem hora pra tudo nessa vida. Essa história de ciclo circadiano não é brincadeira, deu inclusive o Prêmio Nobel de Medicina aos cientistas americanos Michael Rosbash, Jeffrey Hall e Michael Young. E os especialistas vem alertando: horário de verão faz mal à saúde.
Protesto feito, vida que segue, adiantadamente segue. Como costuma dizer minha mãe (que adora o horário de verão, viva as diferenças, o sol é para todos), ” a gente tem que aprender a conviver com o que tem”. Ou não, como diz o Léo: “Quem inventou esse horário de verão, hein? Foi o presidente? Vou escrever uma carta pra ele.”
Escreve, meu filho. Aproveita que o Natal está chegando e manda logo pro Papai Noel. Deve ser mais fácil de resolver.
Angela Belisário says
Kkk, coitadinho do digital foi pro castigo até fevereiro, sem reclamar, sem ter culpa. Pelo menos lembrou de tirar a bateria ou pilha?
São as mudanças que devemos fazer as vezes, tão importantes na vida Renata.
Saudades, beijo carinhoso.
Renata Feldman says
Férias-prêmio pro coitado, Angela! Rs
Não tenho nada contra as mudanças, muito pelo contrário, elas fazem parte. Mas, quando está no nosso controle e planejamento vivê-las, penso que elas precisam ter algum sentido, só isso. Acho que estamos pagando um preço caro (nosso relógio biológico que o diga) para uma economia que não parece ser tão representativa.
Beijos, querida.
Vera Mesquita says
Pois eu concordo com o Léo. Também vou escrever uma carta para o presidente. E uma carta bem malcriada! kkkkkkk
Muito bom, Renata!
beijos!
Renata Feldman says
Carta, e-mail, WhatsApp, outdoor!…
#tamojunto
Beijo, querida!
Maria Inez Soares Girardele says
Também tô contigo e não abro. Todo o meu protesto para esse horário chatérrimo de verão!!!!
Por mais que eu tente, nunca me acostumo!
Bjs.
Renata Feldman says
Bem-vinda ao clube, Maria Inez!…
Acostumar, eu até que acostumo… O problema é que quando isso acontece já é hora de atrasar o relógio (de volta à normalidade!) e aí começa tudo de novo!…
Boa sorte pra nós, querida.
Beijo!
Cesar Vieira says
Muito pertinente este seu novo post, prezada Renata, contemplando alguns transtornos causados pelo horário de verão. Que parece menos suportável para nós se comparado com outras mudanças como os fusos horários e as estações climáticas. Torcendo para consigamos superar estes transtornos, com meu abraço cordial a você e seus leitores.
Renata Feldman says
Como dizia minha avó, Cesar: “que este seja o seu maior problema, minha filha.” Sim, isso não precisa ser um problema. Mas que podia acabar, bem que podia. Abraço carinhoso!
Cidinha Ribeiro says
Renata,
espernear, esbravejar. Ainda bem que isso pode.
Vida que segue, seguimos todos. Contra ou a favor da maré. Sonolentos, insatisfeitos com a impotência diante de um poder maior que nossa necessidade de viver bem com o corpo e a alma que nos sustentam. Ou indiferentes, quem sabe até por termos perdido a capacidade de nos indignarmos diante do que nos roubam à luz do dia.
Fevereiro tem carnaval. Vestiremos nossa fantasia e nos alegraremos porque o horário velho retornará envolto em serpentinas e confetes. Seremos felizes novamente. Até lá, minha querida.
Será carnaval e até
Renata Feldman says
É isso aí, minha querida. A gente esperneia mas depois fica mais leve, viva o poder transformador que as palavras têm. E, até o carnaval, a gente vai pulando da cama com samba no pé, feliz da vida porque dias melhores virão.
Abraço carinhoso!