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Renata Feldman

Pausa pra pensar na vida. Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições. Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada. A vida cabe num blog.

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A quatro mãos

20 de maio de 2015 por Renata Feldman
10 Comentários. Deixe o seu também.

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Domingo de manhã, friozinho de maio. Pai e filho acordam cedo para um programa há muito tempo sonhado, trabalhado, curtido: corrida de carrinhos de rolimã! (Disney é pouco.)

Mãe e filha, com um pouco mais de vagareza, própria do dia, mas sem tirar os olhos do relógio, tomam um táxi e vão até a Fundação de Educação Artística assistir a um recital de piano. No programa, obras do talentoso compositor Ronaldo Miranda. No palco, musicistas apaixonados pelo seu ofício, com destaque para uma pianista pra lá de especial e querida, iluminada pela melodia que carrega na alma: Rosiane Lemos, “Tia Rosi”, que “muito antes de ser a irmã do meu marido” era minha professora de piano, com quem aprendi (e infelizmente já esqueci, ossos do ofício) a tocar Bach e Chopin, paixão dos meus avós. (Ai, que saudade. Ai.)

Na plateia, a emoção de respirar suítes, toccatas, tangos, variações sobre um tema. Respiro e suspiro – allegro, allegretto, lento. Deixo a cabeça pausar o pensamento, deixo o pensamento pousar sobre o coração. Bella no meu colo, bem-comportada do alto dos seus sete anos, vez ou outra me olha e sorri com ar de encantamento e cumplicidade.

E aí entra em cena o número que serviu de inspiração para esta crônica: “Variações sérias sobre um tema de Anacleto de Medeiros”, piano a quatro mãos, 1998.

Nenhum romantismo de Schumann. Nenhuma primavera de Vivaldi ou sinfonia de Beethoven. Toda emoção do mundo (desse nosso mundo pós-moderno) através de quatro mãos que se encontram, gentilmente se encontram e por um instante quase se tocam na antagônica delicadeza do ébano e marfim.

Não conheço Anacleto de Medeiros mas conheço Celina Szrvinsk e Miguel Rosseline, os donos daquelas mãos que fizeram emocionar uma plateia inteira.

Pensamento pousa sobre o coração e conversa comigo, me levando do piano a quatro mãos para o casamento a quatro mãos, testemunha que sou de tantas e tantas histórias de amor.

Com direito a trilha sonora de filme, levemente me conduzo para o amor que se faz ouvir na harmonia e agitação frenética do dia-a-dia, nas respirações pausadas e desenfreadas, nas cordas que vibram e desafinam tem vezes. Chovem os olhos quando penso na luz que vem do sol, lá, si, dó; dos sustos e sustenidos que compõem cada acorde, acordando o amor quando ele, insone, teima em adormecer. Ébano e marfim, sol e lua, não e sim.

Penso no amor que não precisa de orquestra, partitura ou regente para acontecer. Simplesmente acontece, anoitece, amanhece a quatro mãos, simples e generosamente. Mãos que em conjunto erguem taças de vinho, carregam filhos no colo, rezam, abraçam, trabalham duro, plantam árvores, colhem frutos, carregam a compra do supermercado, fazem o almoço mais especial de domingo, tocam a peça mais linda e não cessam de nos tocar profundamente.

Se porventura nascer silêncio e faltar palavras para exprimir a força desse amor a quatro mãos, vinda de um duo que é único, nos valemos da exclamação capaz de dizer tudo:
– Bravo! Bravíssimo!

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Arquivado em: Amor, Família
Marcados com: casamento, música, piano

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Comments

  1. Cristiane says

    21 de maio de 2015 at 06:58

    Renata Feldman, a cada post seu, um presente para nós, leitores.
    Mesmo no cotidiano, há a cumplicidade, a generosidade… Amor a quatro mãos…
    Lindo, lindo! Parabéns!

    Responder
    • Renata Feldman says

      21 de maio de 2015 at 12:03

      Obrigada, Cris querida!
      Que alegria saber que os posts são abertos como se abre um presente!

      Abraço carinhoso!

      Responder
  2. Selma Maria says

    21 de maio de 2015 at 08:22

    Renata, vc se superou. Lindo , lindíssimo. Bravo bravíssimo .

    Responder
    • Renata Feldman says

      21 de maio de 2015 at 12:06

      Muito obrigada, Selma querida!
      “Culpa” daqueles dois que arrancaram vários “bravo, bravíssimo!” de dentro de mim.

      Abraço carinhoso!

      Responder
  3. Luisa Nogueira says

    21 de maio de 2015 at 10:22

    Mas que saudade da “tia Rosi”. Bravo!!!!

    Responder
    • Renata Feldman says

      21 de maio de 2015 at 12:08

      Ela é craque também nisso, Luisa: deixar a gente com saudade!…

      Beijos

      Responder
  4. rosiane says

    21 de maio de 2015 at 22:18

    Rê, obrigada pelas doces palavras! Lindo texto!
    Saudades da Luisa Nogueira…..

    Responder
    • Renata Feldman says

      22 de maio de 2015 at 07:59

      Eu que agradeço você pela fonte especial de inspiração, Rosi!

      Responder
  5. Marcia says

    22 de maio de 2015 at 18:44

    MARAVILHOSO como sempre !!! BRAVO !!! BRAVÍSSIMO !!! Parabéns, Renata.

    Responder
    • Renata Feldman says

      23 de maio de 2015 at 09:58

      Obrigada, Márcia, muito obrigada!
      Fico feliz em compartilhar com você!…

      Responder

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