• Início
  • Apresentação
  • Clínica
  • Livros
  • Palestras
  • Entrevistas
    • TV
    • JORNAL
    • RÁDIO
    • REVISTA
  • Pesquisas
  • Artigos
  • Contato

Renata Feldman

Pausa pra pensar na vida. Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições. Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada. A vida cabe num blog.

  • Amor
  • Família
  • Autoestima
  • Trabalho
  • Vida
  • Homens
  • Mulheres
  • Mães
  • Filhos

Elton John me tocou

17 de abril de 2022 por Renata Feldman
14 Comentários. Deixe o seu também.

Eu nunca fui muito fã de Elton John, confesso. Nenhuma paixão, nada contra também. Já tive a oportunidade de ir a um show dele, não fui. Também não assisti a “Rocket Man” no cinema quando o filme estreou há três anos atrás. (O do Queen, Bohemian Rhapsody, lançado um ano antes, não só assisti como escrevi sobre ele aqui, tomada de forte emoção.)

Até que um dia, numa troca de mensagens por Whatsapp, me deparei com uma sugestiva indicação do filme. Quem me deu a dica foi a jornalista Solange Calvo, que é uma das co-autoras do “O Livro das Cartas”, do qual também faço parte.

Na ocasião, mandei a ela uma mensagem parabenizando-a pela carta linda – de doer – que ela escreveu para a mãe que estava morrendo. Ao me agradecer, ela disse: “Foi uma libertação. Fiquei emocionada com a sua mensagem. E se tem pais vivos, não deixe para depois qualquer ajuste.”

“Imagino, Solange. Tive essa sensação de libertação por você, acho que captei seu coração. Sim, tenho pais vivos e agradeço todos os dias por isso. São muitas as linhas e entrelinhas, não é? Cada pai e mãe daria um livro.”

Uma hora depois, veio dela um retorno lindo sobre a minha carta. (E é aí que entra Elton John na história):

“Amei a sua carta também, e o seu estilo de escrever. Ler uma carta endereçada a uma terapeuta, escrita por outra terapeuta, confesso que me deu um arrepio. Corro de terapia faz tempo. As poucas que fiz eu sabotei cada encontro. Escondi o medo de tirar do baú aquela menina assustada que tranquei lá. Escondi de mim, da terapeuta e do mundo. Primeiramente, porque era difícil e confuso por um bom tempo. Depois porque passei a culpá-la de muitas coisas. Deixei quieto. Até que fui assistir ao filme do Elton John, que começa justo com uma terapia em grupo. Não é roteiro criado. É fato. Nessa terapia, no final, ele perdoa o garotinho frágil e assustado que ele foi. Foi isso que aconteceu comigo ao escrever essa carta. Revisitei meu passado aprisionado. Resgatei aquela menina, conversei com ela, dei colo e a perdoei, de verdade. E então me libertei.”

Ontem assisti ao filme, e as mãos já foram coçando para escrever. (Da mesma forma que as mãos de Elton John devem coçar para tocar, só pode.)

Antes de dar vazão ao coração, mandei uma mensagem para a Solange pedindo a ela autorização para reproduzir aqui a nossa conversa.

Obrigada, Solange. Pela dica preciosa do filme. Pelas trocas tão especiais e lindas. Pela compaixão que senti por Elton John ao conhecer a sua história; por sua capacidade de transformação, cura e ressignificação da própria vida. Pela vontade que tive de pegar aquele menino no colo e levar pra minha casa. Pela confirmação de amor à minha profissão e pela certeza de que todos nós carregamos conosco a criança que fomos um dia. E o quanto é maravilhoso saber que podemos ir ao encontro dessa criança, abraçá-la com ternura e dizer: “Passou, minha querida!… Passou.”

Um dia depois de assistir ao filme, e com o livro já encomendado, continuo ouvindo Elton John enquanto escrevo para você. São com outros olhos que o vejo agora, e outra escuta também. Fiquei profundamente tocada. Fiquei fã.

Compartilhe no Facebook! Compartilhe no Twitter!

Relacionados

O dia em que a terapeuta chorou. Ou: emoção de uma crônica autorizada Para-casa Quero ser Peter Pan quando crescer “A teoria de tudo”

Arquivado em: Autoestima, Família, Trabalho, Vida
Marcados com: compaixão, Elton John, resiliência, Rocketman, terapia, transformação

Seu comentário é muito bem-vindo Cancelar resposta

* Campos obrigatórios. Seu endereço de e-mail não será publicado.

Comments

  1. Maria Bárbara says

    17 de abril de 2022 at 20:02

    Acho que vou assistir ao filme tbm… boa dica…

    Responder
    • Renata Feldman says

      18 de abril de 2022 at 21:03

      Assiste e depois me conta!
      Bjo!

      Responder
  2. Selma Maria says

    18 de abril de 2022 at 03:28

    Renata, das suas crônicas , a de hoje acho que foi a que mais gostei . Não por causa do Elton John . Por causa do pano de fundo . A minha menina assustada ainda continua presa ..

    Responder
    • Renata Feldman says

      18 de abril de 2022 at 21:04

      Ah, esses panos de fundo!…
      Vai lá, Selma, abraçar sua menina assustada. Tudo o que ela precisa é de colo e carinho.

      Responder
  3. Carlos Rogério Zech Coelho says

    18 de abril de 2022 at 10:26

    Como é um momento precioso ler um texto assim, cara Renata… sei exatamente o significado do que foi escrito, como é importante conhecer um pouquinho as dores e a história de alguém antes de pretensamente gostarmos ou não da pessoa…salve a sabedoria e a sensibilidade do ser humano, sem esses atributos a humanidade nunca terá jeito…Um saudoso abraço!

    Responder
    • Renata Feldman says

      18 de abril de 2022 at 21:05

      Sim, Carlos.
      Compaixão e empatia, isso muda o nosso olhar sobre o mundo.

      Abração!

      Responder
  4. Angela Belisario says

    18 de abril de 2022 at 17:22

    Olá querida professora Renata, saudades…
    Estou doida para assistir, ainda mais depois de ler suas cartas, ❤️meu marido assistiu e elogiou muito, atualmente tá difícil de agrada-lo.
    Beijos carinhosos

    Responder
    • Renata Feldman says

      18 de abril de 2022 at 21:06

      Saudade de você também, querida aluna!
      Assiste correndo, você vai amar!
      Ainda mais se o maridão exigente gostou, mais um motivo!

      Beijos carinhosos!

      Responder
    • Angela Belisario says

      23 de abril de 2022 at 10:19

      Obrigada pela dica, assisti ontem e gostei muito. 😘😘A

      Responder
      • Renata Feldman says

        24 de abril de 2022 at 19:32

        Ahh, que bom! Fico feliz que tenha gostado.
        Muitos beijos!

        Responder
  5. Vera Mesquita says

    1 de julho de 2022 at 09:21

    Obrigada por nos presentear com mais este post maravilhoso, Renata! Sua emoção, tão verdadeira, é contagiante e nos leva ao caminho da reflexão! Beijos!

    Responder
    • Renata Feldman says

      3 de julho de 2022 at 13:44

      Quem ganha o presente sou eu, Vera querida! Fico na maior alegria!
      Abraço carinhoso e muito obrigada!

      Responder
  6. Soraya says

    7 de julho de 2022 at 14:11

    Adoro ler o que vc escreve. Até parece estar ouvindo o que vc fala, imagino a forma doce, tranquila, calma, ponderada….só tenho a agradecer! As trocas, como a descrita entre vcs aqui nesse texto, são sempre importantes!

    Responder
    • Renata Feldman says

      14 de julho de 2022 at 07:07

      Que alegria, Soraya!
      Acabei de ganhar um presente.
      Muito obrigada, querida!

      Responder

Convite

Faça deste blog um espaço seu. Para rir, chorar, pensar, interagir. Seus comentários são muito bem-vindos. Obrigada pela visita e volte sempre!

Post para você

Deixe aqui o seu e-mail e receba os posts do blog diretamente na sua caixa postal.

Veja sua caixa de entrada ou pasta de spam para confirmar sua assinatura.

Busca

Direito autoral

Os textos deste blog são de autoria de Renata Feldman. Caso queira reproduzi-los, gentileza indicar o crédito (Lei Federal nº 9610, de 19/02/98)

Arquivo do blog

Posts favoritos

História de amor

Eles se gostaram, se enamoraram, se casaram. Combinaram de jamais perder o encanto, jamais desafinar o canto, jamais se perderem de vista. Criaram um ritual de comemorar o aniversário de [Ler mais …]

Angústia

Bolo no estômago, dor no peito, noites em claro. Quem nunca teve angústia que respire aliviado. Quando ela vem, não avisa nem pede licença. Arromba a porta da alma, paralisa os [Ler mais …]

Mergulho

A resposta pra tudo? Amar. Do jeito que se aprendeu a rimar até mesmo o que não tem rima. Sina, sino, sinto em mim a força e a brandura que [Ler mais …]

Presente

Não, você não está sozinho. Não é o único a colecionar traumas de infância, espinhas de adolescente, medos de gente grande. Se olhar pra trás vai enxergar um tanto de [Ler mais …]

Encontro marcado

Tomou um banho de horas. Shampoo, condicionador, esfoliante, óleo de maracujá para acalmar o mundo que costuma carregar nas costas. Pintou as unhas, passou perfume, hidratou as rugas, passou a [Ler mais …]

Rotina de trabalho

Trabalho no oitavo andar com vista pro mar. Entre uma pausa e outra, café com biscoito, descanso os olhos sobre o verde-azul infinito que decora o fundo de tela do [Ler mais …]

Falta

A história você já conhece: a gente nasce, cresce, envelhece e morre um dia. (Não necessariamente nesta ordem.) Mas o tal do morrer assusta, por mais “natural” que seja. É [Ler mais …]

© 2014 · Renata Feldman. Todos os direitos reservados. Design by Roberto Lopes.