“Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração.” A canção é dos Titãs, mas bem que poderia ter sido escrita por você, por mim, basta ser humano para sentir.
Da alegria é fácil falar, evocar, cantar. Vem rapidinho deslizando pela memória, como nuvens no céu. Da dor nem tanto: lamento, ferida, pranto. Mais fácil deixar guardada, trancada com tetra-chave e cadeado.
Fato é que dói, eu sei. Algumas dores vêm acompanhadas de susto, outras de uma notícia já esperada; outras vivem de dormir e acordar, basta viver para sentir.
Algumas dores são crônicas. E eu não estou falando de de enxaqueca, fibromialgia, lombalgia. Dor emocional também cristaliza, cronifica, gruda no coração feito piche. Viche.
Dá-lhe terapia. Dá-lhe conversa, choro, chá, leitura, tempo, ombro amigo pra acalmar esse coração doendo.
Um dia passa. (Que bom que passa.) A página vira, a resiliência faz abrigo, a paz pede finalmente pra entrar. Mas melhor do que paz é a força que nasce junto dela. Um novo jeito de responder à vida, olhando bem nos olhos dela e dizendo: “aqui estou. Sobrevivi. Mudei, transformei, cresci. Aquelas pedras que um dia me fizeram tropeçar, cair, machucar, já não estão mais aqui.”
Nessa grande escola da vida, talvez seja esta a lição mais importante: aprender que somos capazes de seguir em frente, apesar “de”: maiores, melhores, ancorados na força e na gratidão por tanto ensinamento. Sem mais nem lamento, assim vamos seguindo: diplomados na dor, engrandecidos de amor. Por nós mesmos, pra começo de conversa. Ou de cantoria, como quiser. Do jeitinho que começou este post.
Veronice says
Que belo texto !!!
Mas as vezes ne pergunto porque as vezes a dor tem que ser aquele professor cruel, que parece ter prazer em te ver sofrer ? Sei que somos capazes de seguir em frente, mas as cicatrizes de algumas dores voltam a sangrar…..
Renata Feldman says
Compreendo sua pergunta, Veronice, e a dor que vem junto dela. Algumas coisas na vida são mesmo muito pesadas, difíceis de viver e entender.
Pensar a dor como uma professor cruel e perverso faz doer ainda mais. Professores assim não deveriam carregar a profissão que têm.
Obrigada pela visita e volte sempre!
Salete says
Hoje você superou!! Parabéns!
Renata Feldman says
Obrigada, minha querida! Sempre bom te ver por aqui. 🌷
Cesar VIEIRA says
É mesmo, querida Renata!
Renata Feldman says
Obrigada, Cesar! Abração!
Cristiana says
Maravilhoso texto
Renata Feldman says
Muito obrigada, Cristiana!
Seja bem-vinda e volte sempre!
Vera Mesquita says
Sim, Renata, a dor é como se fosse um remédio amargo ou uma injeção que tem gosto ruim ou dá medo e incomoda, mas depois alivia trazendo alento e força para continuar. A dor pior é a dor do coração, talvez a mais difícil de curar.
Que pena que seja assim, mas é, e pronto! Faz parte da vida, do crescimento e não podemos fugir dela.
Lindo post, querida! Parabéns!
Renata Feldman says
Obrigada, minha querida!
Ao lado da dor que faz parte, há também a capacidade maravilhosa que a vida tem de transformação. Que bom que tem.
Abraço carinhoso!