Minha bisavó materna veio da Polônia, deixando para trás tempos difíceis. Muitos familiares e amigos que por lá ficaram acabaram enfrentando o pesado destino de morrer nos campos de concentração.
Dona Regina fez sua vidinha no Brasil com um homem bom, amor da sua vida, também polonês. Quando estava grávida de alguns meses deixou o marido aqui trabalhando, pegou um navio e regressou à Polônia somente para dar à luz ao lado de sua mãe, conforme rezava a (sua) tradição. Voltou algum tempo depois depois com a minha avó aconchegada em seus braços, cruzando um oceano inteiro. Guerreira essa minha bisa.
Três anos depois, grávida de novo, lá se foi ela outra vez, acompanhada agora da filha, mar à vista, seguir mais uma vez a tradição e o coração. Trouxe com ela o rebento no colo e a primogênita agarrada à saia, mazal tov, missão cumprida!…
Graças também a ela, estou aqui. Fazendo florescer minhas raízes, continuando uma história que começou bem longe, grata pelo amor que de tantos lados me atravessa.
Eu não precisei pegar um navio para dar à luz junto da minha mãe. (Diz a constelação familiar que a tendência é que cada geração tenha um destino mais leve. Ou, numa das frases que eu costumo repetir, “nossos ancestrais carregam o piano pra gente tocar.” Que bom que é assim. E isso aumenta o nosso dever em reverenciar e agradecer àqueles que vieram antes.)
Minha mãe se tornou vó bem pertinho de mim, chorando de emoção por cada chorinho que estava por vir. Perto dela eu dei à luz não só na maternidade, mas na vida profissional também. Passou para mim, de mãe para filha, o amor pela profissão, a honra e alegria de ajudar as pessoas. O brilho que eu sempre vi em seus olhos serviu de inspiração, farol iluminando o meu caminho.
Depois de muito chão seguindo os seus passos, tenho agora a alegria de ver nascer, junto dela, a Feldman Clínica de Psicologia. Mais possibilidades de atendimento, mais profissionais trabalhando a favor da vida, mais luz na travessia.
Obrigada, mãe. (E vó. E bisa. E tata. E todos aqueles que vieram antes, dando à luz e abrindo caminhos para que chegássemos até aqui.)
P.S.: Se a bisa estivesse aqui, iria preparar uma daquelas suas receitas tipicamente judaicas para celebrarmos a novidade. E, ao “rasparmos o prato”, é assim que ela diria, com o seu acentuado sotaque polonês: “Gostou? Repete!”.
(É, bisa… De uma forma ou de outra, estamos sempre repetindo…)
Perylla Martins Soares says
Muito feliz por vocês. Desejo todo sucesso . Muito mesmo. Tenho certeza que essa nova “Luz” vai “lumiar”muitos caminhos como aconteceu comigo. Bjo pra você e outro pra Clara. Com carinho.
LYLLA
Renata Feldman says
Então é felicidade compartilhada, Lylla! Seu comentário chegou como um presente pra nós!
Muito, muito obrigada!
Abraço carinhoso, de mãe e filha para você.
Cesar Vieira says
Meus sinceros cumprimentos, prezada Renata, por este belo relato sobre sua história familiar e profissional!
Renata Feldman says
Muito obrigada, Cesar!
Sempre muito com compartilhar com você!
Clara Feldman says
Nuuuuu! Nooooó! Este me matou. De emoção. Matou nada. Me deu foi mais vida, mais vontade de viver, perto desta filha e para ver os frutos da Feldman. Beijo, mamãe
Renata Feldman says
Emoção é o que move a gente, mãezinha!…
Vida longa pra nós e pra Feldman!
Muitos beijos!
Márcia says
Como a Clara, eu também fiquei emocionada ao ler este belo texto.
Que esta linda luz emanada da família abra e ilumine os caminhos da Feldman Clínica de Psicologia.
Parabéns !!! Muito sucesso !!!
Renata Feldman says
Márcia querida,
Sua emoção tem um significado todo especial pra gente!… Cada palavra já enche de luz o nosso caminho!
Muito obrigada!
Vera Mesquita says
Que linda história de vida, Renata! Quanta determinação, quanta garra, quanto amor numa família só!
E é com a força desse amor que nasce, cheia de luz, a Feldman Clínica de Psicologia, com a nobre missão de amenizar o sofrimento das pessoas e curar os corações feridos.
O sucesso virá como consequência.
Beijos!
Renata Feldman says
Sua torcida me enche de alegria, Vera querida!…
Você escreve bonito, com o coração. Retribuo com a certeza de que daremos o melhor de nós.
Muito obrigada, sempre!
Abraço carinhoso!
Paula says
Não é de eu me espantar com um texto tão lindo e cheio de sentimentos vir de vc!! Se trabalhar com tio “durão” já é maravilhoso, imagina com mãe?? Deve ser bárbaro!!!! Sucesso pra vcs!! Beijos, Paula
Renata Feldman says
Paula, minha querida,
Respondo o seu comentário com um sorriso largo, cheio de cumplicidade e alegria!… Quanta força tem a conexão com as nossas raízes, você bem sabe disso.
Beijos cheio de gratidão e carinho!