Quem acompanha o blog há mais tempo já está familiarizado com as “perolices” do Léo e da Bella: frases inusitadas, tiradas cheias de graça, espontaneidade que só mesmo as crianças sabem fabricar.
Pra não esquecer nenhuma pérola no baú da memória, fui registrando por aqui um pouquinho dos meus filhos no seu cotidiano cheio de perguntas e respostas, pequenos aventureiros na sua deliciosa missão de descobrir o mundo.
Lançar âncoras, emoção à vista: as crianças vão crescendo e as perolices também se transformam. Gentil e amorosamente vão dando lugar a outras preciosas coleções de risos, indagações, espinhas na testa, questionamentos, segredos, música, silêncio, resmungos, caça-palavras, conversas de gente grande, minutos-felicidade. Ah…, e como é bonito vê-los crescer, desbravar oceanos, zarpar rumo à travessia singular de cada um.
A pequena Bella não só cresceu como também tomou um gosto enorme pela leitura (inclusive do blog). Como eu esperava, amou ver seu nome protagonizando histórias tão suas, das quais muitas vezes nem se lembrava. Empolgada, veio me pedir para escrever mais perolices (como se dependesse de mim fabricá-las).
Seu pedido, é uma ordem, Bebella. Lembra da paralisação do último dia 28 de abril, que dividiu o país entre aqueles que foram às ruas e os que foram trabalhar? Você teve aula no dia, e quando eu fui te acordar você deu um jeito de se esconder inteirinha debaixo do cobertor e do travesseiro. Aí eu “te achei’ e você fez um apelo bem preguiçoso, quase histórico: “Ah, mamãe, deixa eu fazer greve?!…”
E teve também perolice no último fim de semana, quando nós duas fomos fazer uma caminhada ao ar livre, dividindo o sol e os fones de ouvido, e eu te disse:
– É, Bebella, bora caminhar, porque ontem a gente exagerou no chocolate!…
Respostinha imediata:
– Você ficou feliz, num ficou?!
– (?!) Fiquei, ué. Feliz da vida!…
– Então, uai! É isso que importa!
E por falar em felicidade, o que dizer da sua carinha quando tem ovo e presunto no café da manhã?! Banquete de alegria. Mas aí vem “a sua mãe” pra te lembrar de um tal de colesterol, ai ai ai, e fica te regulando, preocupada com a saúde, blablablá… Até que um dia você me solta um belo de um desabafo, indignada:
– Quem é que inventou o colesterol?!? Eu quero a minha infância de volta!!!
Ah, Bebella, sua linda. Ainda bem que você ainda tem muito feijão pra comer e perolice pra colecionar, mesmo que do alto da sua pré-adolescência (não é assim que você se autointitula?). Independente da idade, que a sua essência seja sempre flor a perfumar a casa, mensagem de paz, poesia em plena luz do dia. Você é minha alegria, minha fábrica de chocolate, minha fadinha, minha perolice, minha pérola preciosa.
Andre pai says
Gostaria de congelar !!!
Renata Feldman says
Já que não tem jeito, vamos congelando por aqui!…
É de derreter coração de pai…
Cidinha Ribeiro says
Quanta ternura, Renata!
Coisas de coração para coração, delicadezas traduzidas em palavras.
Um beijo para essa família linda.
Renata Feldman says
Os corações conversam que é uma beleza, Cidinha.
Beijo, querida!
Angela Belisário says
Que lindo, amei as perolices de Bebella.
Criança tem cada tiradas que muitas vezes nos deixam de saia justa.
Beijos e muitas saudades.
Renata Feldman says
“Criança diz cada uma”, Angela!… Este é o nome de um livro de autoria do Pedro Bloch, que pertencia à minha avó e acabou passando pra mim, doce herança.
Acho que escrevo as perolices do Léo e da Bella como forma de também homenagear essa minha avó querida.
Beijo, saudade também!
Marilene Gontijo says
Amei!!
Renata Feldman says
E eu amei te ver por aqui, querida.
Abraço carinhoso!