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Renata Feldman

Pausa pra pensar na vida. Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições. Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada. A vida cabe num blog.

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“Permissão para ser pai”

15 de fevereiro de 2017 por Renata Feldman
16 Comentários. Deixe o seu também.

Um casamento, uma filha, uma traição, um divórcio.

A mãe despeja sua dor sobre a filha, lhe (re)apresentando um pai malvado, injusto, cruel.

Alienação parental estabelecida, a menina de apenas 7 anos se fecha para o pai, e a palavra de ordem é recusa: não para o fim de semana, não para o parque, não para o Natal, não para o abraço. Nem pensar.

Diante de um pai arrasado, a resposta da menina nasce pronta:

“- Você passou a mamãe pra trás, ela ficou muito magoada, eu não vou passar o Natal com você.”

Simples e direto assim. Complicado e doído, sem direito a conversa ou sim.

Esta cena – comum, infelizmente tão comum na vida real – eu assisti no filme Beleza Oculta, inspiração do meu último post. E uma das partes mais lindas, mais tocantes, foi o que o Amor (no papel da bela Keira Knightley) disse para o pai no momento em que ele contemplava o porta-retrato da filha, afundado em uma dor que só quem já passou por isso sabe explicar.

Misturando delicadeza e firmeza, rima tão perfeita, o Amor afirmou:

“- Você não tem que pedir permissão para ser pai.”

Tomado pela força e impacto dessas palavras, quase uma chacoalhada, o homem se pôs em movimento, mudando significativamente sua postura e a rota da sua vida. Passou a esperar a filha na porta da escola todos os dias, com um sorriso iluminado e a convicção de que nada, absolutamente nada poderia subtrair ou anular o que ele era: pai, com todas as letras e a grandeza que este nome traz.

Me lembrei de uma frase de Bert Hellinger que ouvi uma vez em  um seminário: “Não são os pais que se separam, mas o homem e a mulher que existiam antes de se tornarem pai e mãe. No coração de um filho, os pais jamais se separam. Jamais.”

Me lembrei do meu pai também, que tantas e tantas vezes me buscou de surpresa na escola, sempre com um abraço apertado, um pacote cheio de guloseimas e disponibilidade infinita para brincar de esconde-esconde, a gente era craque em fazer parar o tempo. Ele nunca pediu permissão para ser pai, nunca precisou. E lá estava ele na porta da escola, e em tantos outros cenários que compartilhamos juntos, e sempre do outro lado da linha, umas três vezes por dia: bom dia, boa tarde, boa noite, dorme bem, sonha com os anjos, amo você, minha princesa.

E eu ali no cinema, muitos anos depois, dividindo a pipoca com o meu marido e meus dois filhos, fui tomada de amor e gratidão. Assistindo à cena do pai e da filha na porta da escola, os olhinhos dela brilhando e dizendo um sim! que as palavras não dão conta de dizer, voltei no tempo e chorei de emoção.

Como me encontro em você, pai. Sempre me encontrei, sempre te encontrei, até mesmo quando você se escondia nos lugares mais difíceis.

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Arquivado em: Família, Filhos, Homens
Marcados com: alienação parental, pai, separação

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Comments

  1. Vera Mesquita says

    15 de fevereiro de 2017 at 14:10

    Que linda declaração de amor, Renata!
    Obrigada por compartilhar!
    Beijo!

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:03

      Amor foi feito não só pra sentir, Vera… Pra falar também.
      Eu que agradeço por te ter aqui também.

      Beijo, querida!

      Responder
  2. Carlos Rogério Zech Coelho says

    15 de fevereiro de 2017 at 15:04

    Todo encontro entre Pais e Filhos , em qualquer momento, é embalado pela canção de amor das estrelas, no colo do Criador que, embevecido , admira suas criaturas no seu modo mais perfeito e divino…
    Suas palavras são sábias e nos provocam a mergulhar em situações corriqueiras mas que , observadas corretamente, tornam-se um manual de bem viver.Parabéns querida Renata.

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:06

      Ah, e como as estrelas cantam… Só Deus mesmo para explicar tanto amor, não é, Carlos?
      Você conhece isso de cadeira, paizão que é também.
      Forte abraço!

      Responder
  3. Tito says

    15 de fevereiro de 2017 at 15:41

    Obrigado, obrigado pela minha felicidade, pois você é a dona de tudo isso.
    Te amo minha Filha!

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:08

      Ah, paizinho… Como é bom me apropriar dessa felicidade, dessas lembranças tão boas, desse amor que me fortalece e inspira.
      Te amo muito!

      Responder
  4. Maria Ines Rocha says

    15 de fevereiro de 2017 at 16:52

    Que lindo Renata. Lembrei muito do meu pai sempre presente em minha vida. Bjos

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:10

      Tem coisas que ficam guardadas pra sempre na memória do coração, não é, Maria Ines? E que presente lindo você ganha cada vez que se lembra dele!…
      Abraço carinhoso!

      Responder
  5. andre says

    15 de fevereiro de 2017 at 18:41

    adorei o filme, adorei o post

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:10

      Adorei dividir a pipoca com você.

      Responder
  6. cecilia caram says

    15 de fevereiro de 2017 at 21:06

    Re:
    Fiquei emocionada principalmente por sua declaração a seu pai, sua reverência.
    Você está curando várias outras pessoas e gerações, ao faze-lo, sabes disso.
    Te amo, sem pedir licença…
    Cil

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:15

      Sua emoção é minha também, Cil. Nossa responsabilidade é imensa, não é? E que bom vivê-la assim, passando amor pra frente.
      Que lindo, amar “sem pedir licença”… Te carrego no coração.

      Responder
  7. Angela Belisario says

    16 de fevereiro de 2017 at 11:09

    Boa tarde, me tocou profundamente este texto, não por mim nem pelos meus filhos, mas pelo meu irmão caçula que esta passando por um momento de separação um pouquinho pior.
    Suas três princesas (5-9-13) foram com a mãe embora para o exterior e para completar a mãe pediu a separação, para quem está longe é difícil o convívio permanente ainda mais quando a cabeça das crianças é feita contra o pai.
    Já estou doida para ver este filme na tv, não estou podendo ainda ir ao cinema.
    Beijos, Angela

    Responder
    • Renata Feldman says

      16 de fevereiro de 2017 at 11:18

      Angela querida,

      Que seu irmão tenha serenidade para viver este momento tão árido, tão doloroso.
      Diga a ele para assistir ao filme, só vai ajudar.
      E passe pra ele todo o amor que você puder passar.

      Abraço carinhoso!

      Responder
  8. Randerson Carlos de Souza says

    8 de setembro de 2024 at 23:28

    Eita, 23h20 e eu encontro esta postagem que me fez chorar, um homem de 43 anos, meu pai nunca foi tão espontâneo como o seu, mas sei que do seu jeito sério, cara fechada, ele amava seus filhos e netos. Penso nele e na mamãe sempre, mas este post além de lembrá-los, me fez chorar de saudades. Obrigado por compartilhar estes momentos.

    Responder
    • Renata Feldman says

      19 de outubro de 2024 at 19:49

      Chorar faz bem, Randerson. Faz todo o sentido quando se tem um coração no meio do peito e um pai e uma mãe morando dentro dele.

      Obrigada pela sua emoção, ela me move a ir sempre em frente.

      P.S: Desculpe a demora na resposta, só vi seu comentário hoje. (E fiquei feliz.)

      Responder

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