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Renata Feldman

Pausa pra pensar na vida. Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições. Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada. A vida cabe num blog.

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Perolices em série

29 de novembro de 2015 por Renata Feldman
8 Comentários. Deixe o seu também.

 

Super-Decoração

As crianças vão crescendo e as perolices vão se tornando ligeiramente escassas. Começa a entrar ponderação onde antes a espontaneidade corria solta, a vergonha entra em cena e o senso crítico acena, meio que de soslaio, transformando a configuração dos pensamentos e porquês.

Ainda assim há o que contar, que bom que há. A gente cresce mas a nossa criança permanece, risonha e faceira, pedindo altas em um mundo por vezes sério e carrancudo demais.

Nas últimas semanas minha Bella andou colecionando pequenas pérolas que eu não poderia deixar de registrar por aqui, numa tentativa de eternizar a pureza da criança que já não quer mais usar franjinha e se recusa a ganhar beijo no dedo machucado: “Não sou mais neném, mãe.”

Um dia pedi a ela para distrair a Jessie:

–  Joga o osso bem longe pra ela pegar e fecha a porta correndo, se não a gente não consegue sair de casa.

– Ai, mãe, isso parece traição.

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E como se não bastasse a cachorrinha que corre alegre pela casa, a pequena ainda queria um outro animal de quatro patas, paradoxo perfeito com as suas raízes judaicas:

– Ahhh, eu também queria tanto um porco de estimação (!).

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Quando da tragédia de Mariana, acordou impressionada:

– Sonhei que toda aquela lama era de chocolate, mamãe. Ninguém morreu, o rio ficou mais doce e a gente ainda conseguiu levar aquele chocolate todo pra escola. Ele ficou guardado dentro do bebedouro, era só encher a garrafa (!).

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E por falar em chocolate, outro dia ela estava apresentando o chocotone pra amiga Sofia (outra “mestre em perolices”), que dormiu lá em casa:

– Olha isso, Sofia:  massa fofinha, cheia de gotas de chocolate! Eu espero o Natal o ano inteiro pra comer chocotone!…

Ao que a mãe teve que fazer uma pequena intervenção:

– Devagar, Bella, não pode comer demaaais… Muita caloria, colesterol…

Ao que a amiga reforçou:

– É… Isso te transforma num Papai Noel.

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– Vovó, quantos anos você tem?

– 65, Bebella.

– 65?!?!! Isso tudo?!! Eu achava que fosse 61! Quando eu tiver a sua idade, vou estar coroca (!).

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– Esse horário de verão é terrível, vocês estão custando a acordar! Acho que vou colocar o despertador para tocar 15  minutos mais cedo, não quero vocês se atrasando pra aula.

O Léo, que adora chegar pontualmente na escola (quanto antes melhor), foi logo dizendo:

– Pode me chamar às cinco e meia, mãe!

A Bella, que deve ser mesmo parente da Adormecida, não deu ponto sem nó:

– Pode me chamar às nove (!).

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Arquivado em: Família, Filhos, Vida
Marcados com: Bella, crianças, espontaneidade, Léo

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Comments

  1. Cidinha Ribeiro says

    30 de novembro de 2015 at 16:14

    Renata,
    anote, pontue, valorize. Um dia, sua Bella vai adorar reler essa história que tem porco morando em apartamento e lama transformada em chocolate. Quem sabe ela não se inspirará para escrever outras? A motivação sugere muitos caminhos. Beijos e parabéns pela filha linda que vocês têm.

    Responder
    • Renata Feldman says

      30 de novembro de 2015 at 18:25

      A ideia é essa, Cidinha: fazer destes registros uma oportunidade de reencontro, releitura, emoção e riso. Tem coisas que a gente não pode mesmo deixar a memória apagar.
      Beijos, querida, e muito obrigada!

      Responder
  2. andre says

    30 de novembro de 2015 at 16:45

    Ahhh que Bella!!!!

    Responder
    • Renata Feldman says

      2 de dezembro de 2015 at 21:40

      Ahhh!… E o tanto de “culpa” que você não tem nessa “Belleza” toda?!…

      Responder
  3. MCCR says

    30 de novembro de 2015 at 18:23

    Renata, muito querida,

    Que felicidade você poder escrever sobre as “perolices” dos seus filhinhos e assim perpetuar momentos como os que temos o privilégio de conhecer através dos seus posts.

    Abraço sempre com grande admiração.
    Cris

    Responder
    • Renata Feldman says

      30 de novembro de 2015 at 18:27

      Cristina, minha querida,

      E que felicidade poder compartilhar essas perolices com pessoas especiais como você! Minha escrita ganha ainda mais sentido.

      Muito obrigada, de coração.

      Abraço carinhoso!

      Responder
  4. Luísa says

    1 de dezembro de 2015 at 10:05

    Rê, estou com olhos cheios d’água por 2 motivos: de emoção, pela inocência do sonho sobre a tragédia de Mariana; e de tanto rir quando ela vai autoproclamar-se coroca aos 61!

    Adorei a compilação de perolices!!! E que elas ainda perdurem por muiiiiito tempo ainda.

    Beijos na Bella meus e do padrinho Pedro – que está morrendo de saudades

    Responder
    • Renata Feldman says

      2 de dezembro de 2015 at 21:48

      Sua emoção faz a gente ficar mais perto, Luísa – e amortece um pouco a saudade. Quer outra perolice dela, fresquinha fresquinha?
      – “O papai foi pra São Paulo, encontrar com o Pedro? Preciso saber se a Lu já engravidou!”
      (“Perolices proféticas?! Tomara!)
      Muitos beijos, querida, nos dois.

      Responder

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