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Renata Feldman

Pausa pra pensar na vida. Vida com todas as letras, dores, amores, escolhas, emoções e imperfeições. Vida cheia de encontros e desencontros, medo e coragem, partida e chegada. A vida cabe num blog.

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Pequenos infartos

7 de agosto de 2014 por Renata Feldman
6 Comentários. Deixe o seu também.

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A gente morre um pouco cada dia. Sem ritual fúnebre, certidão de óbito ou despedida, vamos partindo aos poucos, sem perceber, sem dizer adeus.

A Deus (e também aos seus pais, sua família, sua memória afetiva) pertence o menino que você foi um dia. Doce, espevitado, olhos brilhando assim que anunciava o dia: “O céu tá azulzinho. Vamos brincar?” Hoje, o céu mal azulou você já está dando nó na gravata, com a responsabilidade de quem sabe que a vida não é brincadeira.

A Deus (e cia) pertence a menina que você foi um dia. Sapeca, tagarela, serelepe, bailarina. Hoje corre, sapateia, chora, dá nó na garganta, silencia, um tanto de ginástica olímpica e malabarismo.

A gente morre um pouco quando perde as estribeiras, o gol da vitória, o emprego dos sonhos, o caminho de casa.

Morre quando enterra o amor de toda uma vida, a esperança de mudança, a alegria de viver. Réquiem de Mozart em ré menor.

Morre de susto, de medo, de amor, de fome, de sede. Um copo d´água, por favor.

Morre de rir, de sentir, de sofrer, de partir. Bota-fora de si.

Morre um tanto imenso, profundamente doloroso e denso, quando alguém querido se vai pra nunca mais voltar.

E aí vem a vida e nos convoca a continuar, apesar de. Chama a ambulância, grita por socorro, faz massagem cardiorrespiratória, convoca os anjos para uma reunião extraordinária. Ária para orquestra, Johann Sebastian Bach. Música para alimentar a alma, já tão desnutrida.

A gente também nasce um pouco cada dia, e esse pouco pode se transformar em muito. O coração para e volta a bater, adormece pra depois acordar, tira folga pra depois trabalhar.

Num impulso de vida, de volta pra lida, se enche de oxigênio, sol, esperança, afeto, certeza, infância.

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Arquivado em: Amor, Vida
Marcados com: ciclos, coração, crescimento, morte

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Comments

  1. Vera Botelho says

    7 de agosto de 2014 at 19:56

    Que lindo! Já estou sentindo isso com a idade rs. Amei Renata!!!! Como sempre, parabéns!!!!

    Responder
  2. Renata Feldman says

    7 de agosto de 2014 at 22:23

    Ah, Vera querida… Fico daqui imaginando a menina que você foi um dia, tão cheia de luz e riso!…
    Muito obrigada, beijos!

    Responder
  3. Cidinha Ribeiro says

    8 de agosto de 2014 at 05:30

    Viver, essa torrente que nos leva para onde o vento toca mais forte. E vamos: aos trambolhões, em sustos e suspenses, ora em respiros de alívio. Que somos nós, senão pequenas folhas que o vento leva e traz ao sabor de tantas correntezas?
    Parabéns, Renata, pela sensibilidade e pelo texto.

    Responder
    • Renata Feldman says

      8 de agosto de 2014 at 19:06

      Que lindeza, Cidinha. Seu comentário é um poema, obrigada pelo presente.

      Abraço carinhoso, volte sempre!

      Responder
  4. Selma Ribeiro Araújo says

    26 de maio de 2016 at 21:24

    Renata, muito lindo seu trxto. Constatação muito triste: a morte diária . Fazer o que: ressuscitar a cada dia e recomeçar.

    Responder
    • Renata Feldman says

      29 de maio de 2016 at 22:36

      Constatação bonita, a sua: a possibilidade de nascermos de novo a cada dia, apesar do tanto que morremos também.
      Obrigada, Selma!
      Abraço carinhoso.

      Responder

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