E aí você decide pegar a família, juntar uma turma animada de amigos e fazer uma visitinha pro Pateta. Acorda a criança que foi um dia, enche os olhos de brilho e vai brincar de realizar sonhos. Bingo, Mr. Disney. “Where dreams come true”, slogan mais preciso não poderia. Perfect.
Não importa se o seu sonho é ver a Pequena Sereia virar princesa, ou a fera virar príncipe, ou a montanha-russa virar você de cabeça pra baixo ao som de uma guitarra alucinante do Aerosmith.
Filas sempre cheias. Tempo de espera de até duas horas dependendo do brinquedo e as pessoas esperando sem reclamar, tudo vale a pena quando o sonho não é pequeno. Duas horas de expectativa para viver em poucos minutos a emoção de voar com o Harry Potter, sobrevoar a Califórnia de asa-delta, subir pelas paredes com Homem Aranha, despencar de um elevador em Hollywood e sentir o coração pular pra fora. (“Tiraram a minha alma lá”, foi o comentário da minha filha.) A boa notícia é que depois do susto e da adrenalina tem sempre uma plaquinha luminosa com a palavra “Exit”. Yes, we can. Fica tranquilo que tem sempre uma saída, o pânico sempre chega ao fim. Já ouviu a expressão “Relaxa, vai dar tudo certo.”? Vai. Para os menos corajosos o sistema nervoso simpático arruma uma confusão danada com o pára-simpático, os neurônios quase viram paçoca mas sim, yeah: como diria Sabino, “no final dá certo. Se não deu – uouuuuuuuuuuuul – “é porque ainda não chegou no final.” The end.
À noite, fogos de artifício só para reforçar onde estamos: mundo encantado do ratinho mais simpático do mundo, Terra do Nunca e também do sempre, “where dreams come true”, Feliz Ano Novo antecipado. E aí eu me pego pensando que – com todo respeito ao Mr. Disney, pra quem eu tiro o chapéu um milhão de vezes – a gente pode carregar essa frase aonde for, com ou sem castelo, com ou sem Sininho. Brasil, China, Austrália, Japão, escolha o seu destino.
Falo dos sonhos do dia-a-dia adormecidos no travesseiro e colocados em prática no dia seguinte, basta um toque do despertador. Sonhos que demoram mais de duas horas na fila e dão um trabalhão para realizar, mas que nascem inteiros, bonitos de se ver, lindos de viver. Casar com a mulher da sua vida. Ter miniaturas suas correndo pela casa. Viver a liberdade de rodar o mundo sem rumo nem prumo nem hora pra chegar. Virar trapezista de circo. Escrever um livro. Tocar violino. Descobrir a cura do câncer. Encontrar sua identidade. Formar um filho. Abraçar cada segundo da profissão da sua vida. Amar de verdade, esta é a magia.
Ana says
Oi Renata!
Estive lá no início do ano. Que magia!… Que sonho!… E às vezes eu me pego pensando nos brinquedos, nas sensações e nos espetáculos! Com certeza, quero voltar! Beijos, querida!
Renata Feldman says
A gente volta a ser criança, Ana! Beijos, querida!
Anonymous says
Que texto mais lindo!
Renata Feldman says
Obrigada, Anônimo! Obrigada pela visita e volte sempre!