Trabalho no oitavo andar com vista pro mar.
Entre uma pausa e outra, café com biscoito,
descanso os olhos sobre o verde-azul infinito
que decora o fundo de tela do meu computador.
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Trabalho no oitavo andar com vista pro AMAR.
Entre uma caixa de lenço e outra, detenho os olhos
sobre as mais variadas espécies de dor.
A dor de quem perdeu alguém.
A dor de quem procura alguém.
A dor de existir. A dor de sumir.
A dor de amar. A dor de remar.
A dor de crescer. A dor de nascer.
A dor da culpa. A dor da luta.
A dor da mãe, do pai, do filho.
A dor de barriga, cabeça, cílio.
A dor da profissão. A dor da escuridão.
A dor do trauma. A dor da alma.
A dor do rompimento. A dor do ligamento.
A dor de mendigar amor.
A dor da idade. A dor da infertilidade.
A dor do encontro. A dor do desencontro.
A dor do vazio. A dor de ver navios.
A dor do ser. A dor do ter.
A dor do estudo. A dor de tudo.
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Entre uma dor e outra, avisto o mar
transbordar pelos olhos de quem chora.
Anonymous says
Lindo texto.
André
Renata Feldman says
Mais lindo que ler é viver tudo isso, Dé.
Beijo
Fernanda says
Achei seu blog por acaso e estou seguindo… se puder, visite o meu: http://www.brisaetempestade.blogspot.com
Bjs,
Fernanda
Renata Feldman says
Bacana, Fernanda, obrigada pela visita! Já ouvi falar do seu blog, darei um pulo lá com certeza!
Abraço!
Ana says
Num dia quente como o de hoje, abrir seu blog e dar de cara com um mar lindo desse é um presente, Renata!
Amei o texto também!
Mil beijos
Renata Feldman says
Ana querida, fico com a mesma alegria ao “te ver” por aqui!…
Beijos carinhosos, cuide-se bem!
Cândida Vaz says
mar almado com duas bolas de cristal! lindo texto, parabéns!
Renata Feldman says
Cristal frágil mas de uma força imensa, Cândida!
Obrigada pela visita, volte sempre!
Bê Sant Anna says
Texto que transborda em ondas, querida e competente amiga. Bê ijos
Renata Feldman says
Ondas que inundam alma e energia, Bê!
Abraço carinhoso!
Adriana says
Hoje, a “cliente” chegou à sala 804, chateada com coisas ditas na última sessão. A dor de existir, a dor da idade. Com o coração batendo a mil por hora, pensou que não seria capaz de desembolar o nó que estava na garganta. Como sempre faz, entre metáforas, tentou dizer a Renata o que estava sentindo. Os pensamentos acelerados passando à frente das palavras ditas. Fazendo o que sempre faz, à procura de comparações implícitas para explicar os sentimentos, fazendo o que não tem costume, fugindo do olhar da Renata, conseguiu dizer o que estava trancado. Por pouco, não inaugurou a caixa de lenços, pois a Renata, com seu jeito doce e meigo de dizer as coisas, a deixou emocionada. A dor do ser. Ela saiu, agradecendo a Deus por ter colocado a Renata na sua vida, no momento certo, trazendo esperança, representada por uma pedrinha verde guardada com muito carinho. Renata, muito obrigada pela sua compreensão e paciência para entender até o nosso silêncio, aquilo que não conseguimos dizer. Obrigada por ouvir e acolher meu coração. Adriana
Renata Feldman says
Adriana querida,
A sala 804 se enche de luz e lindeza com a sua presença.
Fico grata cada vez que escuto o seu coração e consigo pôr um pouquinho de esperança lá dentro.
Fico emocionada com o seu depoimento e feliz com cada palavra! Muito obrigada!
Abraço afetuoso.
Cecília says
Minha querida:
Sim!!! Felizes os clientes que tem você como facilitadora de mudanças pra melhor em suas vidas!!!
Renata Feldman says
Feliz de mim que tenho você abençoando o meu caminhar, Cecília querida!