Ontem tive mais uma agradável aulinha com o meu professor Hallen, “americano da gema”, pra desenferrujar o inglês que ficou um tempo parado. Levei um texto do New York Times pra gente ler, sobre insônia, e ele me contou que coincidentemente sofre deste problema. Como mora na Avenida Afonso Pena, sua distração é ir pra varanda ver o movimento, os carros, o cair da madrugada. De tanto ficar com os olhos e ouvidos abertos, acabou fazendo uma interessante “pesquisa de campo”, e compartilhou comigo suas conclusões:
*Do lado direito da avenida, no sentido de quem desce, o ponto é dos travestis.
*Do outro lado, subindo, quem manda são as mulheres. Tudo bem dividido.
*Do lado direito se vê muito mais “mulherão” do que no lado esquerdo. Cada loira de cair o queixo.
*Do lado esquerdo volta e meia param Unos, Celtas e outros carrinhos básicos.
*Do lado direito, a parada é dos Corolas, Citroens e outros carrinhos sofisticados dirigidos por bem-vestidos homens na faixa dos 40.
* Os quarentões preferem “conjugar seus verbos” na voz passiva, deixando os travestis na ativa.
(…)
Fico imaginando o que pensam e sentem esses homens na “idade do lobo”, geralmente casados e com filhos.
Desejo? Curiosidade? Fetiche? Ambivalência? Falta? Necessidade?
Já estudei no mestrado a dor e angústia daqueles que não aceitam o sexo que têm. Mas qual seria a dor e angústia destes bem-sucedidos homens engravatados, casados, viajados e insones, que batem ponto de madrugada?
Talvez nem dor nem angústia. Prazer.
PC says
Tudo bem que eu estou bem resolvido e nem tenho Corolla.
Mas a informação ficou imprecisa.
É direita de quem sobe ou de quem desce?
Renata Feldman says
Tem toda razão, meu caro PC, esta informação é importante, vou até corrigir no texto. Lado direito de quem desce, esquerdo de quem sobe. Muchas gracias!
Abração!
Ricardo Castanheira says
Agora eu entendo porque as mulheres insistem tanto em reclamar que os homens estão escassos! Vixe maria!
Renata Feldman says
É, Ricardo… Daqui a pouco o jeito vai ser “importar mão-de-obra”!…
Abração!